Embora temíveis, com toda a razão, as formigas não merecem a má fama que têm, pois são uma das forças dominantes do planeta e, em alguns casos, mais intelegentes que suas primas, as abelhas.
Ao lado dos cupins e minhocas, as formigas arejam, resolvem e drenam diariamente toneladas de terra. Assim, garantem a boa saúde do solo, mais tarde enriquecido pela matéria orgânica que os insetos levam para os ninhos.
As formigas também estão entre os mais importantes disseminadores de sementes, feito equivalente à disseminação de pólen pelas abelhas.
De fato, entre todos os insetos, as formigas são os mais evoluídos, dotadas de extraordinária capacidade de adaptação a qualquer ambiente, com estratégias de sobrevivência baseadas numa divisão de trabalho que deixaria embasbacado um administrador de empresas. Não é à toa que as formigas tenham sobrevivido, com poucas mudanças, a mais de 100 milhões de anos de vida como espécies. Os fósseis mais antigos, encontrados em âmbar, uma resina vegetal, no Mar Báltico no norte da Europa, provam que a sua atividade agrícola começou muito antes de o homem aparecer sobre a face do planeta. Entre as mais de 1 000 espécies existentes no Brasil, as saúvas, especificamente, podem ser encontradas em toda parte, supondo-se que existam algo como 3 bilhões de indivíduos (ou 23 para cada habitante) distribuídos em 300 milhões de colônias.
Há formigas que vivem de açúcarr, como as cuiabanas. Outras caçam com veneno igual ao das vespas, como as tocandiras. Algumas comem de tudo, como as astecas. As legionárias, como a taoca, formam aguerridos batalhões de caça. Mas as mais avançadas são as agricultoras, como a saúva e a quenquém.
As saúvas, aprenderam a cultivar um fungo sobre um canteiro de folhas cortadas, para depois usá-lo como alimento. Por isso, muitos entomologistas, estudiosos de insetos, as consideram os mais avançados animais dessa categoria .
Fonte: SUPER 194-A, dezembro de 2003
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